Uma coroa de espinhos ou mãos estendidas em súplica? Os 16 pilares curvos projetados por Oscar Niemeyer para
compor a Catedral de Brasília, ou melhor, Catedral Metropolitana de
Brasília, apresentam vários significados. E não é para menos. Uma
arquitetura tão peculiar desperta a curiosidade e a imaginação dos
visitantes.
Na entrada da igreja encontram-se as esculturas do italiano Alfredo Ceschiatti – Os Quatro Evangelistas, referindo-se a João, Lucas, Marcos e Mateus. Alguns dizem que esses eram os apóstolos preferidos de Oscar Niemeyer
e, por isso, somente eles foram homenageados com as esculturas de quase
3 metros de altura. Outros, contudo, afirmam que os quatro apóstolos
representados foram os que difundiram os ensinamentos de Jesus com os
quatro evangelhos.
Ao lado, na torre do Campanário, ficam quatro sinos de tamanhos
diferentes que foram doados pelo Governo da Espanha. Os sinos recebem os
nomes de Santa Maria, Pinta, Nina e Pilarica, em homenagem às caravelas de Cristovão Colombo.
Para ter acesso à nave da igreja é necessário seguir por uma rampa
que segue pelo subsolo. Depois de percorrer o túnel escuro, o contraste
com o interior claro e colorido proporcionado pelos vitrais da artista
franco-brasileira Marianne Peretti é evidente — e surpreendente!
Os tons de verde e azul dos vitrais ganham ainda mais destaque em
função dos pilares brancos e do piso de mármore. No projeto inicial da
Catedral os vitrais eram transparantes, mas após uma reforma, ganharam
um belo colorido, estudado e aprovado por Niemeyer.
Mesmo com pilares de concreto, a Catedral mostra-se incrivelmente
clara, serena e leve. Leveza, aliás, mais acentuada pelos três anjos
suspensos também esculpidos por Alfredo Ceschiatti.
Depois de apreciar os vitrais, não deixe de observar a réplica da Pietà de Michelangelo, as obras da Via Sacra de autoria de Di Cavalcanti e a cruz de madeira sob a qual foi rezada a primeira missa na nova capital.
Se quiser comprar lembrancinhas da Catedral, visite a lojinha que
fica no interior da nave, quase que escondida atrás do pilar onde se
encontram as obras da Via Sacra.
Como já havia comentado em outro post, Brasília apresenta muitas semelhanças ao Egito antigo, uns chegando, inclusive, a dizer que Juscelino Kubitschek seria a reencarnação do faraó Akhenaton, que transferiu a capital do Egito para o interior do país.
Verdade ou não, fato é que nos templos egípcios sempre há estátuas
colossais na sua entrada, tal como ocorre com os quatro profetas na
entrada da Catedral de Brasília. Além disso, à semelhança dos templos do
antigo Egito, o acesso é feito por rampa até um pátio com luz natural
de acesso ao público.
Outra curiosidade decorre da fixação pelo número 4 na construção do
monumento. São 4 apóstolos, 4 sinos e 16 (4×4) colunas de concreto que
fazem o desenho da Catedral. Dizem também que seriam 4 anjos, sendo três
anjos suspensos e um quarto que seria o anjo da guarda.
A acústica da igreja também é curiosa. Encostando-se na lateral curva
das paredes da Catedral e, mesmo falando baixinho, é possível que uma
pessoa posicionada metros à frente escute tudo com bastante clareza.
Enfim, são tantos os detalhes e curiosidades que hoje a Catedral de Brasília é um dos monumentos mais visitados na Capital.
Uma dica: lembre-se de ir trajando calça ou saia comprida. Pessoas de short ou roupas curtas não podem ingressar na Catedral.
Funcionamento:
diariamente de 8h às 17h. As missas ocorrem de terça a sexta às 12h15 e
18h15, aos sábados às 17h e aos domingos às 8h30, 10h30 e 18h.
Postado por: Telma Martes